Cansado dessa farsa contida; horror
público morto. Sinceramente, acho que já teria partido se esperasse um salvador
presunçoso. Problemas em análise; noites de paralisia. Pessoas, até quando em
debate. Só questão de poesia.
Sinto saudades do corvo, esse era meu
guia. Ainda vejo as pegadas do lobo - ainda na casa, que anistia. Ainda acho
que o teatro funciona, mas eu não sirvo mais para isso. Será que corça nunca
vai pensar de verdade ou buscas se livrar dessas correntes - o solo sagrado
fica logo à frente.
Uma libertação para libertar o todo; para
prender um único culpado. Mas acho que o culpado são os que vendam e que fingem
mudes.
Para ser mais sincero ainda, acho que ando
bebendo muito, sempre voltando ao pequeno lago de hipocrisia. Tenho a chave, a
adaga, o veneno e os pés. A ordem - como usarei ou, pensando bem, como poderia
eu usar -, bom, ainda não sei. Só não dá, não mais. Quero ar nos pulmões e um
cheiro de chuva que me distraia.
