sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O Cinza; O Vermelho; O Todo.

Me encontro perfeitamente confortável nesse ambiente etéreo onde os desesperados encontra sossego antes da terrível queda. Sublime e nebulosa, essa é a forma da pequena nuvem de ilusões onde me encontro e desencontro meu espectro. Vivo na imensidão minimalista desse algodão cinzento, envolto em fantasmas de pensamentos que se alojam em meus pulmões. Esse é o lugar onde anjos ficam inertes, derramando seu (um dia precioso) sangue no chão sagrado logo abaixo de nossos pés. A única certeza que resta é a da imensa queda: se for acima, me arrisco, posso desaparecer, me unir ao nada ou encontrar algo melhor que o cinza cimento que me abraça; se ficar, ficarei, mas de forma que irei definhar a cada momento, consumindo o meu próprio eu, unindo-me assim ao cinza e depois ao desespero; mas se for, e isso digo em queda livre, mergulharei no mar que se tinge de vermelho e serei mais uma vez um imenso fluxo sanguíneo que bombeia algo... mas, positivamente pensando, esse "algo" tem vida. Assim serei, de toda forma, o todo.