Então ela vem me aparece assim nessa floresta de
pecado, pisando piedosamente nesse solo sagrado. Ela sobe em minha cama,
comprime meus pulmões e então sussurra em meus ouvidos, um sussurro de mortos e
fantasmas zombeteiros. A dor com que ela me comprime é tanta que apenas consigo
abrir os olhos, então vejo, vejo o modo como ela rir e escarna no solo, que
agora se torna ímpio; vejo como me maltrata como me dilacera, mas também vejo o
modo como ela faz: um modo gentil que chega até ser amoroso. Percebo o momento
em que os deuses zombam da minha fraqueza, eles cospem uma chuva ácida, mas
nada posso fazer, pois não posso me mexer! Então me rendo: rendo-me a ela,
rendo-me a chuva, mas jamais aos deuses. Os pulmões dela se ligam aos meus, ela
sopra fantasmas, eles me enchem de certezas, expandem meus pulmões como uma
saudação a sua nova morada, mas depois partem, o deixam vazio, em uma forma de
uivo mortífero. E o rito final se aproxima, não quando eu quero, e sim quando
ela acha que deve ser; ela ri, aperta minha garganta e dela tira o fino cordão
que nos liga. Ali, bem na minha frente, ela o corta, e então parte, só que ao
partir ela foge inteira, já eu viro... O pó.