quarta-feira, 28 de março de 2012

Virginia Woolf


"Lay me down
Let the only sound
Be the overflow
Pockets full of stones"
Florence and The Machine

 Esse post é dedicado a uma grande escritora modernista, Virginia Woolf. Hoje é "comemorado" o 59º ano de sua morte.

Woolf era membro do Grupo de Bloomsbury e desempenhava um papel de significância dentro da sociedade literária londrina. Alguns de seus trabalhos mais famosos são: Mrs Dalloway (1925), Passeio ao Farol (1927) e Orlando (1928).

Ela estreou na literatura em 1915 com o romance The Voyage Out, (desde cedo evoca a essência da tragédia), depois disso realizou uma série de obras notáveis, as quais lhe valeriam o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio.

Virginia desde cedo frequentava o mundo literário, era filha do editor Leslie Stephen. Em 1912 se casa com Leonard Woolf, em 1917 os dois fundam a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Virginia Woolf sofria de depressão, sendo incapaz de controlar sua própria vida, preferiu a morte e em 1941 deixou um bilhete para seu marido e para sua irmã, Vanessa. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida (afogou-se num rio com os bolsos repletos de pedras).

A obra desta escritora é sempre classificada como sendo das mais inovadoras e estimulantes, quer entre as mulheres autoras, quer entre o conjunto dos criadores de ambos os sexos.

Virginia encontra-se sepultada em Non-Cemetery, Sussex na Inglaterra.

A cantora Florence Wech vocalista da Florence and The Machine compôs uma música inspirada na Virginia Woolf o título da música "What the Water Gave Me" foi inspirado em uma pintura de Frida Kahlo, mais isso fica pra outra postagem.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Religião pra que?

É impossível provar a inexistência do que quer que seja, então não é possível demonstrar que não existem, por exemplo, o abominável Homens das Neves, o monstro de Loch Ness ou as Sereias, ainda que destas ultimas haja testemunhos numerosas e, alguns, de pessoas tão respeitáveis como Cristóvão Colombo que deixou, por escrito, te-las visto na costa da América.
Não vamos esquecer que quem afirma a existência de deus é exatamente quem vive à sua custa. Porque pagar por algo dito, algo que de acordo com a bíblia tem que ser "dado de graça"? Mais não é isso que vemos nas igrejas, os lideres religiosos se aproveitam da fé de seus seguidores para explora-las (um verdadeiro estupro mental). A igreja Católica com o seu fanatismo prega o medo a seus fiéis, ou melhor colocando, toda e qualquer igreja prega o medo e a maioria de seus seguidores a frequentam não para estar na "presença" da "graça" de deus e sim por medo, medo de pecar, medo de ir pro "inferno", tudo isso só para conseguir o seu "lugarzinho" no céu, ora, um exemplo disso é o Bicho Papão, se uma criança apronta algo o pai logo diz "cuidado que o Bicho Papão vai te pegar!", a criança com medo não tende a fazer isso novamente, não por que não quer, ou por que o pai mandou e sim por medo, e a igreja faz o mesmo, se você não seguir exatamente o que ela manda, ela diz que você vai queimar no inferno, como disse logo a cima tudo é movido pelo medo, e também pelo medo do conhecimento, eles não querem que saibamos a verdade, não querem que  agente questione.
A bíblia esta cheia de contradições e elas começam no primeiro capitulo de Gênese onde encontramos duas histórias sobre a criação que contradizem uma a outra, tando na ordem dos acontecimentos como na maneira como as coisas são criadas. Também temos o anonimato pois ninguém sabe quem escreveu a maior parte dos textos bíblicos.
O que me da raiva é que sempre dizem que a religião ou o próprio "Deus de amor" é capaz de curar feridas ou até mesmo de acabar com guerras, mais se esquecem que a maioria das desavenças dentro de uma sociedade é feita pela própria religião, uma sempre competindo com a outra dizendo que a deles que é a correta tudo no intuito de ganhar seguidores (dinheiro).
Existe várias razões para não usarmos a bíblia ou a própria religião como base de nada, uma delas é o comportamento alienado, perigoso, violento e intolerante de quem acredita nesse livro cegamente. Há muito tempo os versículos da bíblia tem sido usado para justificar mutilação, homofobia, machismo, racismo, guerra e perseguição politica e religiosa.

"Um homem sem religião é igual a um peixe sem bicicleta"

Essa era a realidade pra quem fosse contra a "palavra de deus"

sábado, 10 de março de 2012

Análise Lungs - Florence and the Machine



O que Florence and the Machine tem haver com o blog? Tudo, afinal música é arte, é uma prática cultural e humana.

Uma das razões de fazer um post sobre a banda é porque além de ser fã eles utilizam instrumentos bem diferentes para fazer sua música. A Florence entende muito do estilo Barroco e o utiliza muito bem em seu álbum (e estética) trazendo elementos clássicos e os unindo aos modernos. Seu mais novo album se chama "Ceremonials" mais hoje vou falar sobre o seu album de estréia o "Lungs".

Lungs foi uma grande surpresa. Ele passeia entre músicas lentas, suaves, dançantes, entre rock, pop, traz tambores, violão, guitarra e até harpa. Todas as letras são boas, bem escritas, poemas cantados, declarações, sentimentos puros e complexos. É uma verdadeira obra-prima. Tudo cantado pela voz forte e grave da Florence.

Vou analisar faixa por faixa do Lungs, com algumas críticas e observações.


1. Dog Days are Over
A faixa de abertura é uma das mais orgânicas do álbum. Logo no começo ouvimos o som do bandolim seguido de palmas rítmicas, mostrando ao que a banda veio: naturalismo. Esta música, bastante agitada e emocionante, fala sobre fugirmos da felicidade, mas que, em certo momento, ela nos atinge e não há como escapar. Para tanto, devemos dividir isso com todos os nosso redor, para que a felicidade se torne cíclica, e não de uma reta única. O nome “Os dias de cão acabaram” remete exatamente a isso, à tristeza se rompendo pelo impacto bélico da felicidade em nossa cabeça.


Para o clipe, há duas versões. Isso porque a música, lançada em 2008, foi relançada em Abril de 2010 no Reino Unido. A primeira versão mostra Florence, com roupa urbana, acordando em uma selva e sendo levada, às cegas, para uma comunidade. Cercada de desconhecidos, ela tenta fugir, mas logo é cercada e se torna uma deles. Fica a metáfora clara de que ela tenta fugir da alegria, mas que acaba se rendendo a ela, trocando de vestimentas e de atitude.

No vídeo atual, Florence dança e canta ao lado de figuras orientais, que se misturam entre personagens japoneses e indianos. Suas vestes também tem essa pegada do oriente, salientando as influencias da sonoridade da faixa. Em dado momento, as pessoas começam a se dissolver, transformando-se em pó, e as cores predominantes lembram as da bandeira da França e, consequentemente, às cores da liberdade. Seria então uma alusão à felicidade em forma de liberdade. 





2. Rabbit Heart (Raise Up)
Esta faixa fala sobre medo, mas de uma maneira otimista. Aliás, otimismo é um grande acorde nos instrumentos que levam esta canção. Embora a letra te desafie, perguntando “This is the gift/It comes with a price/ Who is the lamb/And who is the knife?”. O que ela quer dizer é que, quando você enfrenta seus medos, há um preço a se pagar. Ela diz que, com medo, temos um coração de coelho, frágil. Mas que, com bravura, temos o coração do leão, destemido. No clipe, mostra com bastante felicidade a Florence enfrentando o medo da morte, sem hesitar. A fotografia do clipe é muito boa, bastante sol e luz.





3. I’m not calling you a liar
Mais tambores e tamborins. Ela fala de um amor que a rouba, que a persegue, que esta em seus sonhos, em seus pulmões, e que ela é tão feliz por isso que poderia morrer. Quando ela diz “Eu não estou te chamando de mentiroso/ Só então não minta pra mim”, é na verdade uma suplica para que a pessoa não faça nada além do que o amor já esta fazendo. No final da canção ela diz que vai cair sobre os pés na pessoa, e que o seu beijo a deixa tão feliz que seria suficiente para matá-la. Foda!



4. Howl
Piano, guitarra e arranjos eletrônicos nesta faixa de refrão grudento e saboroso. Esta fala sobre a ferocidade da paixão, deixando de lado o romantismo barato e doce. Estamos falando de uma fera apaixonada, que arranha e morde o ser desejado quando o reencontra, por sentir saudade, por sentir desejo. Trata-se, na verdade, de uma ótima poesia que traz um trecho brilhante: “Você é a Lua que quebra a noite para a qual eu tenho que uivar”. Tem jeito mais poético do que dizer “você é a minha luz no fim do túnel?”. Uivando a agradecendo à luz da lua.


5. Kiss with a fist
O rock’n’roll da Florence em uma música cheia de atitude. Simples e curta, a faixa fala sobre um relacionamento conturbado, todo trabalhado na violência mas que, antes isso do que nada. E no final, ela bota fogo na cama deles. Um duplo sentido sensacional, e um ótimo meio de terminar uma briga de casal, não? O clipe é bem simples, num quarto branco, e usa de efeitos simplórios para dar vida à idéia da música. 






6. Girl with one eye
Não se deixe enganar pelo ritmo lento e doce desta faixa. Florence está muito brava, e arrancou os olhos da garota. Isso porque ela a fez sofrer, a fez chorar. A música de vingança lida com a traição de uma garota que agora vive com um olho só, e esse é o preço que ela paga por ter errado. A analogia relaciona a ausência de um olho com a ausência de confiança. Quantas pessoas já traíram sua confiança e você arrancou seus olhos?

7. Drumming
Diferente da faixa passada, esta traz uma batida mais contagiante, e uma letra ainda mais envolvente. Florence fala sobre um barulho de tambor dentro de sua cabeça, que ela não consegue tirar. Ela já subiu no alto da torre de uma igreja e ouviu os sinos soarem e, mesmo assim, o barulho do tambor continua incessante dentro dela.“Mais alto que sirenes/ Mais alto que sinos/ Mais doce que o paraíso/ E mais quente que o inferno”. No clipe, que se passa dentro de uma igreja, temos coreografia e tudo. A sensação é de que ela esta se debatendo durante o clipe inteiro, como um exorcismo, a fim de tirar algo de dentro dela. Reparem. 


8. Between two Lungs
Uma das melhores músicas deste álbum. Começa com uma batida ingênua de tambores, leve, até se tornar uma balada mais agitada, embora ainda relaxante e confortante. A letra fala da conexão entre duas pessoas, e vai além de um relacionamento passional, esta relação que Florence fala pode ser entre qualquer ser humano, desde haja sentimentos envolvidos. Porque os sentimentos vem de dentro, e a letra fala disso, de um suspiro que estava preso entre dois pulmões e que foi passado de uma boca para a outra. E que agora esse suspiro a preenche por completo. Muito foda.

9. Cosmic Love
A minha preferida, a melhor música deste cd e, com certeza, uma das mais bonitas que eu já ouvi. É legal dizer que Florence escreveu essa música ainda de ressaca. Estava completamente bêbada na noite anterior à composição da faixa, e disse que tudo foi feito em meia hora. Ou seja, a música foi concebida sob os efeitos do álcool. E só poderia. Afinal, a poesia é tão complexa e reflexiva que eu poderia escrever um music review só dela. 

“Uma estrela cadente caiu do seu coração e desembarcou nos meus olhos/ Gritei em voz alta, enquanto ela os rasgava, e agora ela me deixou cega”. Essa parte Florence fala do momento em que ficou apaixonada, trazendo à tona o estado de cegueira que quem ama se encontram. “As estrelas, a lua, todas elas explodiram/ Você me deixou no escuro/ Não há madrugada, não há dia, eu estou sempre neste crepúsculo/ Na sombra do seu coração”. Eu acho essa parte brilhante, narra o perda de noção do espaço e de tempo em que ficamos quando estamos apaixonados. Não há estrelas para nos guiar, não há dia, sol, nada, apenas a sombra e o crepúsculo de estar coberto pelo coração de alguém. 

O clipe é outro espetáculo. Florence mostra sua desenvoltura corpórea em uma coreografia descoordenada, desalinhada, desajeitada, como se tivesse confusa, presa. Bem teatral, bem profissional. Apesar do abuso das cores, perceba como o clipe, ainda assim, é escuro. Além disso, o espaço em que ele é desenvolvido é claustrofóbico, apesar de ser cercado de espelhos, para dar a sensação de amplitude. Cheio de dicotomias, o clipe mostra uma luz entrando e, no final, saindo de Florence. A tal luz, o crepúsculo, a escuridão do amor.


10. My boy builds coffins
Mais uma música agitada, que traz uma letra bem controversa. A faixa fala sobre ‘meu garoto’ que constrói caixões para todas as pessoas, de reis a plebeus. Florence ainda fala: “Ele fez um para ele um para mim também/ Qualquer dia desses ele fará um para você também”.Podemos levar a história do caixão ao pé da letra, e então passaremos a compreender que a música trata da morte eminente. De que ela chega, independente da nossa condição. Ou então, deixo aberto aqui para outras inúmeras interpretações. Eu gosto de pensar que ela fala sobre paixão. O coração seria o ‘meu garoto’, e que ele constrói a paixão (caixão) para todo mundo, e que um dia a paixão irá aparecer para você também. 

11. Hurricane Drunk
Essa faixa tira um sarro dela mesma. Seu ritmo agitado, sutil, tranqüilo esconde, na verdade, a mágoa e a tristeza embutidas na voz e na letra escrita por Florence. Aqui ela fala sobre ver a pessoa que ama com outra. Ela diz que nada pode ajudá-la, que esta no meio da multidão e, quando vê a pessoa que ama com outra, ela se abraça, para pode se confortar, porque ela sabe que aquilo vai doer. E é uma pura verdade. Existem dores, tais como essa, que não há parede que nos dê suporte, não há chão que nos mantenha em pé, nada. “Então você inclina-se e a beija na cabeça/ E eu nunca me senti tão aliciada e tão... Morta”. Acho que nem preciso comentar esse trecho, não é?

12. Blinding
Com uma pegada bem mais dark, esta faixa deixa o astral dançante para trazer algo mais melancólico, ainda que seja agitada. A música é mais pesada porque fala sobre acordar para a realidade, despertar de um sonho, enxergar depois de uma cegueira. Ou, como diz a Florence, “não mais sonhar como uma garota tão apaixonada, tão apaixonada”. E o mais genial é que ela fala da realidade como se ela fosse um sonho. Quando ela enxerga a verdade, é como se tivesse entrado em um sonho em que ninguém, nunca mais, pudesse a acordar. E faz completo sentido.

13. You’ve Got the Love
Fechando o disco com chave de ouro. Florence entrega sua última faixa com impressão de que está começando um projeto novo, de tanta vida que há aqui. Ela reúne os elementos orgânicos, ao rock’n’roll e aos elementos eletrônicos, todos, organizados e espalhados pela trilha do álbum. Aqui ela declara seu amor de forma plena, sem metáforas nem analogias, sendo direta e decidida. Ela diz: “Eu sei que posso contar com você/ As vezes eu sinto como se eu dissese 'Senhor, eu simplesmente não me importo'/ Mas você tem o amor que eu preciso, para conseguir enxergar”. A pessoa amada tem o amor que ela precisa para conseguir superar, viver, ultrapassar. Pouco saudável mas, mesmo assim, muito romântico.


Palmas para a Florence com sua voz inconfundível. O titulo do CD, “Pulmões” , poderia facilmente ter sido “Corações”. Mas, não. O pulmão é o órgão que limpa o ar que o coração recebe, é um dos mais vitais dos nossos órgãos e é, também, muito parecido com árvores. Que são, por sua vez, vitais para a nossa vida. 



quinta-feira, 1 de março de 2012

Pré-Rafaelismo

Ophelia

Na Inglaterra de 1848, um grupo de jovens artistas forma uma irmandade chamada "Os Pré-Rafaelistas". Esses jovens são Dante Gabriel Rossetti, William Holman Hunt e John Everett Millais. Uma irmandade considerada irreverente, transgressora, pois rompe com os princípios estéticos da pintura aprendida nas Academias de Arte. Pregam a "arte pela arte" - uma arte sem interferência acadêmica, uma arte em seu estado bruto.
Considerado uma espécie de reforma artística, o movimento Pré-Rafaelista intenciona romper com a rigidez das técnicas acadêmicas e mecânicas, a fim de libertar o artista para produzir de maneira mais autêntica. A irmandade é uma reação e uma provocação contra a arte padrão do academicismo na Inglaterra.
Acabaram por tornar-se um grupo que partilha características, obviamente. Mesmo rompendo com o academicismo, encontram uma identidade que vai além de cada um deles. Essa identidade é facilmente reconhecida - por exemplo, nas cores esmaltadas e luminosas usadas em seus quadros, um claro rompimento da convenção dos tons suaves que eram praticados até então. Não utilizavam as técnicas de sombreamento e profundidade, também - como faziam os clássicos - pois achavam que isso relegava os elementos periféricos da pintura para segundo plano. Também ignoravam as leis da perspectiva - tudo princípios consagrados e inquestionáveis para as escolas acadêmicas.
Os pré-rafaelistas não acreditavam na eficácia da técnica, mais sim na sensibilidade imprescindível para produzir suas obras. Pregam uma estética mais pura, pois não sofre interferência destes filtros pré-estabelecidos da Academia. Queriam resgatar a pureza e a honestidade que consideravam existir na arte anterior a Rafael (1483-1520) - um artista que muito influenciou a Academia inglesa e, por isso, muito criticado pelos pré-rafaelistas. Acreditavam que o excesso de rigor das técnicas ensinadas na Academia conduzia os pintores para uma artificialidade ao retratar a natureza e a "obra de Deus".


Die Geliebte


A irmandade abrigava todos os artistas que de alguma forma partilhavam este ideal de romper com o academicismo imperativo. Acreditavam, principalmente, na liberdade de expressão artística -  o que achavam não ser possível dentro das Academias. Pregavam um diálogo entre vertentes artísticas como a literatura e a pintura, por exemplo. Um dos mais talentosos pré-rafaelistas, Dante Gabriel Rossetti, também era poeta e divulgava em alguns periódicos da época as teorias do grupo. A irmandade então começou a dedicar seus trabalhos a retratar personagens da literatura, poesia e mitologia, como vemos nos belíssimos quadros "Proserpine" (1874), de Rossetti, e "Ophelia" (1852), de Everett Millais, baseado na heroína da famosa obra de Shakespeare, Hamlet.
Suas mais famosas obras são de personagens da literatura e da mitologia. Ao contrário da pintura de gênero, como os interiores de paisagens, à qual os pré-rafaelitas tinham aversão, eles propunham uma arte que consideravam ser mais sensível: era idealizada pelo artista, e não simplesmente um retrato de algo exterior.
Eles foram severamente criticados por pessoas influentes, como o novelista Charles Dickens, que descrever com desdém a forma como lamentavelmente romperam com as regras do academicismo. Certamente, a crítica e o público os receberam como anarquistas e indisciplinados. No entanto, a irmandade também conseguiu fortes patronos como o crítico John Ruskin - que defendia outros artistas que romperam com as regras acadêmicas, como é o caso do famoso pintor inglês Willian Turner.


The Lady of Shallot

Os pré-rafaelistas, com sua filosofia, abalaram o cenário artístico de Londres. Mas a Irmandade rompeu-se no fim de 1854. Nesta época todos os membros já desenvolviam uma obra individual, mas jamais deixaram de aplicar as características pré-rafaelistas em seus quadros. A famosa irmandade deixou seu legado para uma nova geração de pintores como John Willian Waterhouse que, com uma de suas mais famosas pinturas - "The Lady of Shallot" (1888), retirada de um poema de Lord Alfred Tennyson - homenageia a estética pré-rafaelista com grande maestria.


Ophelia